Internet das coisas no Brasil: por que nosso mercado precisa se preparar

Por Anton Gora, desenvolvedor de sistemas da Cianet

Como já falamos aqui no blog, a internet das coisas vai mudar a forma como as pessoas se relacionam com os aparelhos eletrônicos e o mundo. A demanda por dispositivos que precisam de internet deve ser cada vez maior e a interação entre eles também. Essa tecnologia em outros países já está bem desenvolvida e em breve a internet das coisas no Brasil vai ser uma realidade. Para um provedor, especialmente de pequeno ou médio porte, investir em infraestrutura e tecnologia desde já é estratégico para se manter no mercado.

Em países asiáticos, especialmente Japão e China, as discussões sobre a internet das coisas já estão bastante evoluídas. Nesses países há mais de dez anos se investe em políticas públicas de incentivo a essa nova tecnologia. No Japão, segundo um artigo publicado pela USP sobre um grupo de pesquisa que estuda o assunto, já existe um sistema em que pontos eletrônicos no chão identificam localizações. Isso pode auxiliar uma pessoa com deficiência visual com uma bengala inteligente a programar um destino.

A internet das coisas no Brasil ainda tem criações que existem apenas no campo das ideias. Um dos projetos desenvolvidos pelo grupo da USP é o das “moedas criativas”, que seriam pontos adquiridos à medida que a pessoa encaminhe produtos para reciclagem e que depois poderiam ser convertidos em créditos culturais usados em museus, teatros, etc.

Infraestrutura e tecnologia

Sabemos que o Brasil ainda precisa evoluir muito em relação a abrangência da banda larga. Muitas cidades ainda nem têm acesso ao serviço, outras possuem com baixíssima qualidade. O papel dos pequenos provedores tem sido, em um primeiro momento, levar o acesso e depois aprimorá-lo. Mas se já conseguimos imaginar como será o futuro, fica mais fácil se preparar para quando a tecnologia chegar mesmo nesses lugares mais remotos.

A alternativa mais inteligente é investir desde já. Muitas operadoras já estão optando por trocar a estrutura, ou mesmo já começar por fibra óptica. A tecnologia apresenta maior banda, flexibilidade, estabilidade e melhor custo-benefício. E as expectativas para expansão da fibra óptica em 2015 no Brasil são excelentes. A expectativa do presidente da Telebras, Francisco Ziober Filho, é que até o final do ano a instituição tenha 7 mil quilômetros a mais de fibra iluminada do que no ano anterior, totalizando 28 mil quilômetros.

Mas para chegar mais longe o país ainda precisa investir muito. Pequenos provedores carecem de facilidade em financiamentos públicos e ainda se discute pouco o assunto. É preciso haver investimento e legislação específica/regulamentadora. O processo precisa ser veloz, mas deve acontecer de forma segura.