Acompanhando o crescimento da inclusão digital, o mercado de provedores regionais passou por uma grande expansão, e hoje diversas empresas exploram o segmento. Porém, junto com as oportunidades, chegam desafios relacionados à infraestrutura: as redes precisam ter sua capacidade ampliada para atender novos clientes, e mais cabos e equipamentos de fibra óptica devem ser instalados. Mas existe uma limitação do espaço físico no qual esta aparelhagem será colocada, o que gera a necessidade do compartilhamento de postes.
Se seu provedor deseja iniciar o atendimento em novas áreas, é muito provável que tenha de usar o compartilhamento de postes. Um processo bastante burocrático, que pode atrasar — ou até mesmo limitar — seus planos de expansão. Contudo, é possível superar os entraves conhecendo mais sobre o assunto. Entenda melhor a seguir.
Compartilhamento de postes: por onde começar?
Em primeiro lugar, é preciso ter em mente que ao adotar o compartilhamento de postes como solução, para atender o número crescente de domicílios e empresas com acesso à Internet, exige a observação de determinadas etapas:
1. Legalizar sua atividade: por meio do credenciamento ou outorga feito pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e obter registro junto ao CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) ou ao CFT (Conselho Federal dos Técnicos Industriais).
2. Planejar o compartilhamento: antes, durante e depois do processo de instalação da rede — economizando tempo, recursos, facilitando na prestação de contas e otimizando o trabalho dos técnicos, o que resulta no crescimento da área de cobertura e no aumento da qualidade.
3. Estabelecer um contrato com a concessionária de energia elétrica local, que exigirá um planejamento detalhado por parte do provedor. Por isso, é importante conhecer o máximo possível sobre quais postes serão compartilhados e como a rede será estruturada.
Estes são os principais passos para começar um projeto de compartilhamento de postes, mas há outros detalhes importantes para conhecer, como as normas e requisitos do processo.
Normas e requisitos
Somada à Resolução nº 581 de 29/10/02 da ANEEL e às Diretrizes da Resolução Conjunta nº 1 de 24/11/99, a norma NBR 15214 estabelece o Regulamento Conjunto para Compartilhamento de Infraestrutura entre os Setores de Energia Elétrica, Telecomunicações e Petróleo. Este regulamento estabelece diversos requisitos, como:
- Distância mínima entre condutores das redes de telecomunicação e elétrica;
- Afastamento mínimo dos cabos;
- Identificação do tipo de rede;
- Espaçamentos mínimos entre equipamentos
- Aterramento dos equipamentos nos postes;
- Altura da rede de telecomunicações em travessias de vias, e muitas outras especificações.
Além destes requisitos, existem regras estabelecidas por cada concessionária de energia elétrica:
- Peso máximo dos equipamentos;
- Diâmetro ideal do cabeamento;
- Posicionamento correto da instalação no poste e outras.
Também é importante destacar que as regras para o compartilhamento de postes variam entre os estados brasileiros, e por isso cada região pode apresentar desafios particulares, o que reforça a necessidade de estar atento a outros tópicos que podem impactar a expansão das redes do seu provedor.
Custos para o compartilhamento de postes
Caso seu provedor atenda aos requisitos necessários para iniciar o compartilhamento de postes, uma vez concedida a aprovação, será preciso pagar um aluguel à concessionária de energia local. Devido à grande disputa por espaço, compartilhar postes com outros provedores pode ser algo dispendioso — com valores que variam dos R$3,90 estipulados pela Anatel até R$11,71 por cada ponto de fixação do cabo.
Isso caso você opte por criar o próprio link (backbone). Mas também é possível alugar o link de outra empresa, pagando um valor mensal para o responsável sem se preocupar com o aluguel dos postes, uma boa alternativa para fugir da burocracia e reduzir o investimento.
Outros desafios para o crescimento dos provedores
Embora não sejam diretamente relacionados ao compartilhamento de postes, existem outros desafios que também impactam a conquista de novas áreas, inclusive, quando há necessidade de compartilhar espaços para a instalação de cabos e equipamentos:
Estudo de mercado e planejamento de rede
A estratégia é importante para o crescimento de um provedor. Assim, antes de expandir a área de atuação, é interessante que a empresa elabore estudos de mercado para compreender a situação da concorrência e expectativa do público-alvo em uma determinada região.
Assim como estudar o mercado, é preciso planejar a rede para evitar surpresas na hora de instalar cabos e demais equipamentos e aumentar a eficiência quando há necessidade de reparos ou manutenção.
Gestão de estoque
Antes de se estabelecer em um novo mercado, o provedor deve estar atento à logística. Um estoque bem gerido garante que não faltem equipamentos para suprir a demanda da nova rede, bem como para potenciais expansões futuras na mesma região.
Aquisição de equipamentos
A aquisição de equipamentos pode ser um desafio para os provedores, e por isso é preciso contar com parceiros adequados, que forneçam equipamentos devidamente homologados e que possuam representantes regionais, a fim de agilizar as entregas, aumentando a eficiência.
Em resumo
Agora que você conhece mais sobre o compartilhamento de postes e como esta prática pode ajudar no seu projeto de expansão, já sabe que o planejamento e um bom projeto de rede são os fatores mais importantes.
Mas será que o compartilhamento é uma necessidade para sua empresa neste momento? Ou ainda existem outras alternativas para seu negócio? Não deixe de expor sua opinião nos comentários!
E para saber mais sobre como expandir sua rede de forma planejada e estratégica, recomendamos a leitura completa deste conteúdo.