Projeto de rede para ISPs: como começar e o que levar em conta

Iniciar qualquer negócio é um desafio. Um pequeno provedor não é diferente e o projeto de rede é uma das etapas mais importantes desse processo, além de ser uma das que demandam mais tempo e planejamento. Muitos empreendedores acabam querendo economizar nessa fase inicial e fazem um projeto “enjambrado”, sem a qualidade necessária, com o mínimo requerido. No começo, ele pode até suprir as demandas, mas um projeto de rede mal pensado e mal elaborado certamente trará problemas em manutenções e futuras expansões.

Claro que o capital é um grande problema para a maioria dos empreendedores, mas o projeto de rede é a base do negócio de um pequeno provedor e, portanto, deve ter a melhor qualidade possível. Essa não é a hora de economizar dinheiro e nem tempo. É preciso desenvolver uma infraestrutura sólida para que, a partir daí, o negócio se desenvolva.

Questões a serem levadas em conta no projeto de rede inicial

Um projeto de rede de fibra óptica contém a posição de todos os elementos ativos e passivos, cabos e ferragens que compõem a rede, além de descrever os equipamentos utilizados e ilustrar todas as conexões das fibras nas caixas de emenda e atendimento. É muito importante realizar detalhadamente esse projeto, que, além de permitir conhecer melhor a área de atendimento, possibilita que tudo seja documentado, facilitando a sua manutenção e futuras expansões.

Estudo de campo

Deve ser realizado um estudo de campo definindo qual será o caminho escolhido de passagem para o backbone, ou cabo troncal. Para tomar esta decisão devem ser tomados alguns cuidados afim de otimizar a utilização do cabo, são elas:

  • Definir rotas com posição disponível no posteamento;
  • Fugir de rotas com possíveis rompimentos, por exemplo: cruzamento de rodovia em local baixo;
  • Adequar sua rota à densidade de clientes, visando não se fazer necessário longos vãos entre caixas de emenda e de terminação.

Não podemos esquecer também de verificar a área que queremos ter de alcance, pois dependendo da área e tecnologia, pode-se necessitar de um POP descentralizado para atender regiões mais longe do provedor.

Com base dessas informações e conhecendo a região que será implantado, fica mais fácil do projeto de rede sair assertivo.

Diagrama óptico

O projeto de rede deve ser contemplado com um diagrama óptico. O diagrama óptico é simplesmente um mapa de todas as conexões desde o provedor até a CTO, podendo ser ainda até o cliente final.

Na hora da instalação pode parecer uma perda de tempo e dinheiro a confecção deste mapa, porém, na hora de ativar os clientes, realizar manutenções, alterações de rede ou expansões, este documento é altamente necessário. Assim, não haverá erros que podem acarretar a queda de inúmeros clientes.

Equipamentos e infraestrutura

Um projeto de rede, além de definir o caminho da fibra, topologia e método de atendimento, também define quais equipamentos serão utilizados na infraestrutura da rede. O projeto deve contemplar uma lista de materiais completa, desde ativos à passivos e ferragens.

Toda e qualquer perda ou potência utilizada em um projeto é retirada de folders técnicos dos fornecedores destes itens, portanto, se estes itens não forem respeitados podem ocorrer divergências nos valores calculados (projeto) e medidos (em campo).

DICA: Caso pense em alterar algum equipamento definido em projeto, compare as informações técnicas e, em caso de dúvidas, consulte seu fornecedor.

Documentação das modificações

Documentar uma rede começa no projeto e só termina após a última implantação, portanto, o projeto de rede deve ser atualizado em toda e qualquer alteração. Um projeto desatualizado não é confiável, podendo acarretar problemas graves na hora de realizar manutenções ou expansões.

Todo projeto na hora da implantação pode passar por alterações e, após as mesmas serem atualizadas no projeto inicial, ele perde o nome de “projeto executivo” e ganha o nome de “projeto as-built”. Este é o projeto que deverá ser utilizado sempre que necessário pelo provedor.

Nessa fase inicial, muitos provedores necessitam de ajuda, já que é preciso compreender os números que o seu negócio apresenta, tendo em mente, por exemplo, o número de clientes que você deseja atender em médio e longo prazo, o número de serviços que pretende oferecer, se há necessidade de mais infraestrutura, entre outros. O serviço de consultoria técnica para provedores vai auxiliar você a traçar esse plano, auxiliando na construção do seu projeto de rede.

Você está iniciando algum projeto para ofertar serviços de internet? Conte-nos quais são suas principais dificuldades nos comentários abaixo!