A importância dos pequenos provedores no ambiente de telecomunicações no Brasil

Os pequenos provedores, ou ISPs, estão alavancando o crescimento da banda larga fixa no Brasil. Juntas, as 2.200 empresas que fazem parte dessa categoria totalizam 2.413.000 acessos no país, sendo que as 10 maiores têm 350.000 assinantes, e 1.050 atuam em somente um município. Somente em março deste ano, elas avançaram 5,5%, tirando o país da desaceleração que se encontrava no segmento, sendo responsáveis pela adição de 126.800 acessos em março, enquanto a América Móvel – formada por Claro, Embratel e NET -, líder de mercado atualmente, fechou março com a adição de 40 mil acessos.

Esses pequenos provedores crescem por conta própria, e poderiam proporcionar ainda mais acessos se o governo concedesse os incentivos necessários. O Plano de Banda Larga, por exemplo, que hoje se chama Brasil Inteligente, quase não tem saído do papel, dada a crise econômica e política do país. De toda a forma, em um último anúncio do Ministério das Comunicações, o governo prometeu a criação de um fundo garantidor para estimular o empreendedorismo dos ISPs, o que foi reforçado pelo atual ministro Gilberto Kassab no 8º ISP, encontro de provedores regionais realizado pela Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações). Esse fundo irá ajudar provedores a tomarem empréstimos e investirem em infraestrutura.

Cena brasileira de pequenos provedores

Mesmo com todas as dificuldades, o Brasil tem uma cena ascendente de pequenos provedores de internet que têm investido em fibra óptica. De acordo com a Abrint, os ISPs utilizam mais da metade da fibra óptica vendida no Brasil, e as empresas que antes atuavam com rádio ou cabo coaxial estão migrando para a fibra para obter mais velocidade e qualidade em seus serviços. Ainda de acordo com a associação, 1.600 dos 5.570 municípios brasileiros comportariam um serviço de fibra óptica. Desses, 1.284 têm menos de 100 mil habitantes e poderiam ser atendidos por pequenos provedores, levando internet de alta qualidade a cerca de 20 milhões de pessoas.

Atualmente, o Brasil tem 1.300.000 acessos via fibra óptica, de um total de 25.700.000 conexões de banda larga fixa. Desses, 429.000 são clientes apenas da Vivo.

Encontros e capacitação para pequenos provedores

Com essa cena pungente, o mercado de telecomunicações tem prestado mais atenção nos pequenos provedores. No início deste mês, por exemplo, aconteceu o 8º ISP, promovido pela Abrint, em São Paulo. A associação possui forte atuação junto aos interesses dos provedores regionais. Além desse, há outros encontros regionais, como o Telesíntese e as Expedições Internet Sul, promovidas pela Associação dos Provedores de Serviços e Informação da Internet.

Além dos eventos, existem empresas que oferecem treinamentos e capacitação para os pequenos provedores. A Cianet, por exemplo, realiza treinamentos in company e também eventos por diversas capitais do país, com o chamado Cianet in.loco, que promove treinamentos técnicos e um almoço com palestras com renomados especialistas. Os treinamentos de Redes FTTx e Gerenciamento de OLT capacitam os participantes a trabalharem com redes de fibra óptica. Já o almoço, chamado Prato de Ideias, é um momento para networking e integração, além de proporcionar o encontro dos ISPs com órgãos e empresas de destaque no mercado, como a Anatel (que esteve presente em Fortaleza) e representantes do governo dos estados.

Recomendações

Como empreender como pequenos provedores não é tarefa simples, é preciso muito conhecimento sobre o tema e também auxílio técnico e administrativo. Consultorias para provedores são importantes para prever o negócio e se iterar das normas que regem o setor. Já a participação em eventos, como os citados acima, é uma forma de estar sempre conectado ao que há de mais atual em termos de tecnologia e gestão.

É preciso também estar a par do que acontece nesse mercado, lendo sites e revistas do segmento, como Telesíntese e Convergência Digital. Procurar saber da concorrência e reunir-se com empreendedores da área para debater assuntos em comum são outras ações para obter sucesso no mercado de pequenos provedores.

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