O futuro da Internet das Coisas depende da Inteligência Artificial

Para uma significativa parte dos usuários de tecnologia, o lado mais fascinante da Internet das Coisas é a facilidade que as redes, integradas aos dispositivos inteligentes, proporciona. O protagonismo dos dispositivos mobile, com seus sensores e processadores, tem a capacidade de poupar tempo em processos simples e reunir informações significativas sobre o perfil do usuário.

Modelos de smartphones conseguem ler os batimentos cardíacos pela ponta do dedo, relógios verificam a pressão arterial no pulso, termostatos inteligentes armazenam hábitos de diários dentro de casa. A capacidade de coleta de dados através de sensores evolui e torna-se mais precisa a cada ciclo de mudança dos componentes. Por isso o futuro da IoT passa por uma aproximação ainda maior dos sistemas às pessoas. A interface entre o humano e os dispositivos, cada vez mais discreta, vai permitir que a interação seja fluida, natural e praticamente automática. A nuvem, a capacidade das redes e os processadores mais eficientes são os responsáveis por isso. Mas isso é só a ponta visível dessa cadeia.

O volume de dados que pode ser captado é enorme, e de nada adianta se não puder ser interpretado. As possibilidades de análise desses comportamentos, é claro, não poderão ser compreendidos e comparados por pessoas. Como encontrar um padrão ou exceção em terabytes de dados?

É aí que a Inteligência Artificial aparece como protagonista. Num mundo cada vez mais rico em plataformas integradas, as tradicionais métricas e ferramentas de análise estatística não serão suficientes. Será preciso contar com sistemas capazes de desenvolver algum tipo de conhecimento que terão essa percepção fundamental. A capacidade do aprendizado das máquinas já existe, e acontece em processos naturais da relação de convivência entre humanos e máquinas. Uma playlist no seu sistema de streaming de música não é agradável por uma simples coincidência. O mesmo acontece quando uma compra em e-commerce mal acaba e outros produtos semelhantes ou complementares são sugeridos.

A Inteligência Artificial faz a depuração dos dados e permite a utilização deles de forma mais eficiente e rentável. Entre os conceitos de funcionamento, um dos principais é o do agente racional. O agente percebe o seu ambiente através de sensores e age através de atuadores. É o caso dos veículos autônomos, por exemplo: com informações que chegam através das câmeras, que são os sensores, componentes subordinados à central de comando atuam no ambiente fazendo o veículo parar, reduzir a velocidade ou alterar sua trajetória. Essa escolha é que depende de um critério de desempenho definido e um comportamento adquirido com base no conhecimento do ambiente.

Para além dos limites da automação diária e pessoal, o poder da inteligência artificial na era da internet das coisas apresenta um potencial impressionante. Kristian Hammond, cofundador da Narrative Science – empresa especializada em compilação de dados e produção de textos por computadores -, fez uma previsão impactante: em 15 anos, 90% das notícias escritas consumidas pela população mundial será redigida por computadores. É o momento de os investimentos em infraestrutura e processamento de dados receber ainda mais destaque nas organizações.

Fonte: CIO