Como escolher o cabo drop ideal para sua rede óptica passiva

Toda rede FTTx necessita de cabos ópticos troncais para funcionar, chamados de backbone, considerados a “espinha dorsal” da rede e por onde passam os dados de todos os usuários. Porém, para entregar o serviço ao usuário final são necessários também os cabos de acesso ao assinante, comumente chamados de cabo drop.

Cabo drop é um tipo de cabo de fibra óptica usado para levar o serviço de internet ao usuário final em uma rede FTTx.

Se você tem dúvidas de como escolher o cabo drop ideal para a sua rede óptica passiva, continue a leitura deste artigo. Vamos esclarecer tudo o que você precisa saber para tomar a melhor decisão.

O que observar para escolher um cabo drop?

Na hora de escolher o cabo de fibra óptica para sua rede, dois pontos cruciais devem ser levados em consideração: o tipo de fibra utilizada e o modo de construção do cabo.

Tipo de fibra utilizada

Para a escolha correta do tipo de fibra a se utilizar, sugerimos a leitura do post “Conheça os padrões de mercado para fibras ópticas monomodo”. No caso do cabo drop, o ideal é o uso da fibra do tipo G.657A2, por se tratar de uma fibra insensível à curvatura.

Modo de construção do cabo drop

O modo de construção do cabo drop abrange desde o tipo de material utilizado até o modo de montagem.

Para se trabalhar mais facilmente e não ter alta incidência de quebra, a fibra não pode ficar solta dentro do cabo drop, isto é, não pode deslizar internamente ao ser puxada ou empurrada.

Caso o cabo tenha essa característica, isso fará com que, no momento da decapagem do acrilato, a fibra possa correr internamente no cabo e quebre. Por isso, é recomendado somente o uso de cabo drop que não possibilite que a fibra trabalhe internamente, minimizando, assim, possíveis problemas na sua rede.

Elemento de tração do cabo drop

Outro ponto a ser analisado é o elemento de tração do cabo, que pode ser metálico ou de FRP (Fiber Reinforced Plastic).

Quando o elemento for metálico, normalmente será de aço. Já quando for de FRP, será um polímero reforçado de fibra, podendo variar entre vidro, carbono, aramida e basalto.

É importante que você se atente ao risco de choque elétrico. Ao utilizar o elemento metálico, a estrutura do cabo drop deixa de ser dielétrica e, portanto, na instalação do assinante, caso a capa do cabo seja afetada e este elemento seja exposto, o cabo poderá conduzir eletricidade, já que o metal é condutor. Em casos extremos, isso poderá fazer com que ocorram descargas elétricas em ambas as extremidades do cabo.

No entanto, ao utilizar um cabo drop com elemento de material dielétrico, isso não ocorre. Mesmo que a capa seja danificada e este elemento seja exposto em uma rede energizada, não haverá condução de eletricidade, não gerando risco de choque elétrico.

Bobina

O cabo drop geralmente é comercializado em bobinas de 1 km ou 2 km, com marcação de comprimento. É importante observar o design do carretel, que deve ser seguro e fixo através de tubos de aço dispostos por toda a extensão central da bobina.

Quais são os tipos de cabo drop?

Saber identificar o cabo drop adequado para cada situação faz toda a diferença para o sucesso de um projeto, além de ser muito importante para a segurança da infraestrutura existente. Os provedores podem optar por dois tipos: o COG (Cabo Óptico de Uso Geral) ou o LSZH (Low Smoke Zero Halogen). Mas qual é a diferença entre eles?

COG

O COG é utilizado geralmente em aplicações verticais, em tubulações com vários cabos e sem fluxo de ar. Sua funcionalidade é bastante variada, podendo ser utilizado em instalações internas, prédios comerciais, entre outros tipos de construções.

LSZH

O LSZH também é destinado às aplicações verticais e tem como vantagem oferecer maior segurança e, por gerar pouca ou nenhuma fumaça em caso de incêndio, oferece menor risco de intoxicação.

O que eles têm em comum?

Tanto o COG quanto o LSZH podem ser encontrados nas versões dielétrica (constituída por elementos que não conduzem energia elétrica, indicada para uso em dutos, dividindo espaço com cabos elétricos) ou metálica (como o próprio nome diz, possui metal em sua composição).

O que significam os códigos de cada cabo drop?

No momento da escolha do cabo drop, é normal se deparar com alguns códigos e cada um deles possui um significado que faz toda a diferença.

Vamos entendê-los melhor:

  • CFOAC: Cabo de Fibra Óptica com revestimento de Acrilato de acesso ao Cliente.
  • CFOI: Cabo de Fibra Óptica para uso Interno.
  • SM (Single Mode): fibra monomodo.
  • MM (Multi Mode): fibra multimodo.
  • AS (Auto Sustentado): consiste em um cabo que suporta seu próprio peso sem alterar suas características mecânicas sob interferências naturais e climáticas.
  • MF (Mono Fibra): cabo composto de uma única fibra.
  • BLI-A/B (Bending Loss Insensitive): especificação da norma G.657 que se refere a fibras insensíveis a curvaturas. Ou seja, mesmo que haja uma curvatura acentuada na fibra, ela se comportará igualmente à fibra sem curvatura.
  • CD: Compacto Dielétrico.
  • AR: cabo com Atrito Reduzido, ou seja, seu revestimento exterior facilita com que seja lançado através de conduítes e tubulações.
  • COG: Cabo Óptico de uso Geral, que deve respeitar a norma NBR 6812 ou UL 1581. Essas normas verificam a retardância das chamas quando incidem no cabo.
  • LSZH (Low Smoke Zero Halogen): deve respeitar a norma NBR 14705, que classifica os cabos internos para telecomunicações quanto ao comportamento frente à chama. Caso ocorra a queima desse cabo, ele apresenta baixa emissão de fumaça e não gera gases tóxicos.

Agora você já sabe as características do cabo drop e quais são os mais seguros e eficientes para a sua rede, fica mais fácil fazer a escolha certa.

Portanto, opte por um modelo que possua fibra monomodo com baixa sensibilidade a curvaturas, além de proteção LSZH, que retarda chamas em caso de incêndio e não emite poluentes tóxicos. Em relação aos elementos de tração, é importante que o cabo drop de sua escolha seja constituído por material dielétrico, possibilitando a utilização em tubulações elétricas sem danos.

Checklist para escolher o cabo drop ideal

  • Possui fibra monomodo com baixa sensibilidade a curvaturas?
  • Possui proteção LSZH?
  • É um cabo óptico autossustentado?
  • É de baixo atrito?
  • Possui unidade óptica com dois elementos de tração (dielétricos)?
  • Permite uso em ambiente tanto externo quanto interno?
  • Possibilita utilização de tubulação elétrica para acesso ao usuário final?
  • Segue as instruções RoHS?
  • Possui homologação Anatel?
  • O fornecedor é especialista em provedores de internet?

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Artigo publicado originalmente em 13 de maio de 2016.